Famílias Numerosas



Parece que quando tivermos três filhos já somos considerados família numerosa... Ainda não tinha pensado neste assunto, porque parece-me que 2+3 não é uma família assim tão numerosa, mas se assim é, ainda bem...
À medida que a Maria vai crescendo dentro de mim, fico cada vez mais contente de termos decidido ser papás outra vez. Ser papás implica ter um grande sentido de abnegação em tudo o que nós gostamos de fazer da nossa vida e acho que nisso, eu e o meu amor maior, temos os dois de sobra. Para nós, tudo o que implica criar um filho, educá-lo e ensinar-lhe todas as coisas da vida que para nós são tão importantes é um processo tão frutífero, é uma troca tão intensa, que se torna fácil abdicar do que às vezes nos lembramos que já não fazemos há tanto tempo e de já temos algumas saudades. Quando a Madalena nasceu, à medida que ela ia crescendo e eu ia descobrindo o que era ser mãe, fui percebendo dentro de mim que aquela pequenina não iria ser a minha única filha porque tinha-se aberto dentro de mim todo um mundo novo... Eu sabia que iria ter pelo menos um segundo filho, porque não iria conseguir resistir a não poder sentir todas as mesmas boas experiências outra vez e agora, grávida da Maria, continuo a pensar o mesmo.
Para além de gostarmos muito da nossa grande função na vida de sermos papás, eu e o meu amor maior, estamos de acordo em mais uma premissa fulcral que também importou na nossa decisão de termos um terceiro filho. Para nós, as famílias numerosas são muito mais felizes! Nós temos bem perto de nós, na nossa própria família, exemplos vivos dessa constatação e por observação directa podemos rapidamente certificar e fundamentar esta teoria. Não gostamos de uma casa em silêncio, com neuras e frustrações... Gostamos do caos, da balburdia, da confusão, se é que me faço entender... Todos a brincar, uns a gritar, outros a desarrumar, outros a brigar, outros a entreajudar, faz com que a atenção não se centre apenas numa só pessoa... Faz com que uma noite perdida não signifique nada no meio de centenas delas, faz com que uma tristeza se desvaneça mais rapidamente no meio de toda a agitação que se passa à volta, faz com que uma desilusão não se transforme num abismo, faz com que se aprenda realmente a partilhar e a saber ajudar o próximo e.... mais uma infinidade de muitas outras coisas muito boas, porque para já, ainda só ando nestas andanças há quatro anos e meio e portanto ainda sou novata e eu sei que muitas outras fases virão, se calhar algumas não tão doces, mas que nos trarão outros ensinamentos e descobertas. 
Mas, por enquanto, o que por aqui sentimos com convicção é que nas famílias numerosas as tristezas e as neuras são sempre a dividir e as alegrias são sempre a multiplicar!

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