Morre lentamente quem se transforma escravo do
hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco"
e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está
infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um
sonho,
quem não se permite,
uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
chuva incessante,
desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço
muito maior do que o
simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!
Martha de Medeiros
No livro "Nunca te distraias da vida" de Manuel Forjaz
... about habits and passions, I found this poem:
Dies slowly he who transforms himself in slave of habit,
repeating every day the same itineraries,
who does not change brand,
does not risk to wear a new color and doesn’t talk to whom doesn’t know.
Dies slowly he who makes of television his guru.
Dies slowly he who avoids a passion,
who prefers black to white
and the dots on the “i” to a whirlpool of emotions,
just those ones that recover the gleam from the eyes,
smiles from the yawns,
hearts from the stumbling and feelings.
Dies slowly he who does not overthrow the table when is unhappy at work,
who does not risk the certain for the uncertain
to go toward that dream that is keeping him awake.
Martha Medeiros in " Never distracted from Life" (free translation) by Manuel Forjaz
2 comentários:
Obrigada Rita por partilhares este poema tão lindo.
Deveras verdadeiro no seu sentido.
Gostei muito|
Bjs
Ana
É do Pablo Neruda! Beijinhos para vocês. De vez em quando venho espreitar o teu blog. Gosto de te ver e aos teus filhos tão lindos.
Susana (irmã da Rita Mateiro)
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