Os seres esquisitos que sabem programar

Nunca fui uma rapariga nada tecnológica. Sou avessa a tudo o que é máquina e a coisas que não se perceba muito bem à partida o seu funcionamento. Gosto mais de coisas directas, coisas palpáveis... e por isso sempre fui adiando a tecnologia na minha vida até ao ponto em que simplesmente já não conseguia obter resultados tão espectaculares, fiéis e brilhantes se tivesse aderido "àquela tal geringonça" há algum tempo atrás... 
Quando no primeiro ano da faculdade, tive a cadeira de Programação I, em que aprendíamos a programar em C+, pensei: "isto está tudo doido, mas para que raio é que eu preciso de saber isto?" Para mim, foi a cadeira mais difícil de todo o curso. Juro que não conseguia encontrar lógica em nada do que via nos livros e ouvia nas aulas. Parecia-me uma ciência altamente irracional. Olhava para alguns dos meus colegas a resolverem os exercícios, pedia-lhes que me explicassem, mas nunca consegui perceber praticamente nada do que por ali se passava. Alguns deles já tinham tido anteriormente no secundário cadeiras de informática ou programação, mas aquela cadeira para mim, era o meu primeiro contacto em forma de aprendizagem com o mundo dos computadores e senti-me realmente a "apanhar do ar". Acabei por fazer a cadeira (nem sei como!) com um mísero 10, em contraposição com um dos cromos do meu ano, que teve um brilhante 19, um tal de Carlos Figueiredo, neste blogue mais conhecido por meu amor maior... Pois, era assim mais ou menos que eu o via na altura... um ser esquisito que sabia programar em C+.
Mais tarde, quando de facto se tornou no meu amor maior, contou-me que na adolescência ele gostava de "brincar" a programar "jogos da forca", ou outros, no computador e fazia folhas de cálculo no Exel com o tio e outras coisas que tais do mundo da computação... 
Hoje em dia, com os nossos filhos, fico contente de eles terem dois pais tão diferentes que lhes permitam experienciar mundos e coisas diferentes. Eu gosto mais de ensiná-los a amassar, a pintar, a descobrir um cheiro, um som, um livro, as letras, os números e todas essas coisas que tais. O pai também, mas para além destas, não deixa escapar a sua vertente altamente tecnológica e informática. Ensina-os a mexerem no telemóvel, no tablet, na máquina fotográfica, no computador... Desde cedo ensinou a Madalena a mexer no rato do computador para ir ganhando destreza e hoje em dia ela navega no ambiente windows melhor que muitos adultos. Maximizar e minimizar janelas, abrir jogos do site da lego ou da Disney, ver desenhos animados portugueses, entrar no youtube, ter uma folha de excel para aprender contagens (!) já não são segredos para ela. Enfim... coisas que às vezes me parecem um pouco demais para a idade dela, mas como são controladas e feitas só enquanto ela está junto a nós, julgo que para já, só podem trazer pontos positivos.
Isto tudo a propósito de que, na verdade, acho que as crianças deveriam ser estimuladas desde novas, na escola, para esta necessidade de saberem mexer bem em computadores e terem algumas noções básicas de programação, para a partir dessa primeira aproximação poderem decidir por si mesmas se querem descobrir e aprender mais desse mundo ou não.
Isto tudo a propósito deste filme americano de incentivo a saber programar.




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