Corredores


O dicionário priberam define corredor como "a passagem interior por onde comunicam diversos aposentos de uma casa". Na vida vamo-nos cruzando com diferentes corredores, os das nossas casas, os corredores de outros edifícios, os corredores das ruas, os corredores da nossa própria vida... Em todos estes corredores, aquela definição, não deixa de estar correcta. Os corredores permitem-nos decidir onde queremos ir, ou, visto de outra perspectiva, são o derradeiro caminho de fuga. 
Há corredores estreitos, em que nos sentimos pressionados, há corredores escuros em que nos sentimos angustiados, há corredores largos em que nos sentimos mais relaxados, há corredores iluminados, que nos deixam confiantes e depois há os corredores que se assemelham a túneis, iluminados apenas com uma grande luz no final para uns, ou uma luz tão ténue e periclitante para outros.
Não gosto dos corredores-túneis, sejam os que têm uma pequena ou uma grande luz no final. Percorro-os e os aposentos que estes corredores-túneis unem não têm sorrisos. Têm medos, cansaços, dúvidas, angústias. Espreito para eles e vejo rostos esperançosos de se cruzarem com os olhos que os podem salvar ou, pelo menos, que os podem apaziguar, durante escassos minutos. Mesmo que em alguns destes corredores hajam alguns tímidos sorrisos, todos estes sorrisos serão mais francos e abertos já fora dali.
Não há como evitar estes corredores, em certas alturas da nossa vida...
Percorrê-los deixa-nos uma sensação de desconforto e de impotência perante todos os habitantes de cada aposento.
Todos os corredores túneis deviam ser curtos e rápidos e nunca demasiado compridos, para a caminhada ser mais fácil e leve, ou então, os corredores túneis deviam simplesmente não existirem.

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