Carta de Condução Americana


De acordo com as leis texanas, não importa rigorosamente nada que alguém possa ter carta de condução há 10, 20 ou 30 anos. Se por acaso uma pessoa tenha que residir no Texas por mais do que três meses é obrigada a ter carta de condução americana (não há mesmo carta internacional que nos valha).
Assim e como já tínhamos feito o teste de código, faltava agora apenas o teste de condução.
Para ter um teste de condução agendado em Houston para determinada data, deve-se previamente marcá-lo com um mês de antecedência mas, por uma série de razões burocráticas, só agora o pudémos agendar o que fazia com que só tivéssemos o teste de condução para o ano, literalmente.
Como não queríamos mesmo nada que esta situação de "ilegalidade" se prolongasse decidimos marcar um teste mas na periferia de Houston, que tem muito menos pessoas em lista de espera.
Assim pesquisámos e informaram-nos que o único local disponível para fazer o teste de condução ainda antes do Natal seria um vilarejo texano, Bay City.
Este teste não teria qualquer senão se uma boa parte das pessoas que conhecemos que o fizeram tenham chumbado. Não porque não soubessem guiar com segurança, mas apenas pela razão que tão bem conhecemos de "joguete de pequenos poderes". Há profissões em que o jogo de poderes é exercido sem apelo nem agravo, saindo o prejudicado de mãos a abanar sem qualquer tipo de oportunidade de reivindicação.
Assim e para tentar não me sujeitar a este jogo de poderes, durante a semana treinei o estacionamento paralelo (porque sou mesmo uma "zera" a estacionar), já que era um dos itens obrigatórios no teste, mesmo não havendo em toda a cidade de Houston necessidade de estacionar em paralelo, porque simplesmente esses lugares não existem, tal é a vastidão deste território.
Cento e quarenta e quatro milhas depois e com um estacionamento paralelo à primeira, temos finalmente a nossa carta de condução americana.

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