O balanço de um mês

Passou um mês desde que se iniciaram as novas rotinas da família.
Na escola os pequenos estão surpreendentemente muito bem.
Digo surpreendentemente porque é tanta coisa ao mesmo tempo que esperava talvez alguns desajustes emocionais, mas não.
Os dias são muito exigentes  e eles chegam ao pé de mim completamente exaustos.
Para além do esforço enorme que têm que fazer para tentarem compreenderem tudo o que lhes dizem, o dia a dia e a exigência da escola é realmente muito alta. No ano do António não tanto como no da Madalena mas o nível de exigência em geral é incomparavelmente mais alto com o que estávamos habituados.

A Madalena tem teste de texto livre todas terças-feiras durante vinte e cinco minutos, às sextas-feiras tem teste de "spelling" e dois dias por semana tem teste de leitura. O António todos os dias tem um tema que deve ser preparado em casa.

A escola tem uma política de incentivo à leitura enorme e todas as semanas a Madalena traz dois livros para casa e o António um livro, todos de leitura diária obrigatória, com direito a registo pelos pais no livro de "Registos de leitura". 
Para além destes livros de leitura diária obrigatória a Madalena traz ainda dois livros e o António um, da biblioteca da escola. Livros novos e muitas leitura não têm faltado aqui por casa.


Trabalho de casa da Madalena
Treinos para o teste de spelling

Os professores de ambos parecem-me pessoas mesmo muito empenhadas e carinhosas ao mesmo tempo e como todos sabemos um bom professor faz toda a diferença. A Miss Setephanie Doyle é a professora do António e é super carinhosa e apesar de aparentemente parecer que levita e esvoaça entre eles é super pro-activa em tudo. O Mr. Moor, o professor da Madalena é um homem cheio de garra, com um grande instinto de pedagogia e super brincalhão (e é também um britânico super adepto de futebol!!)

O ambiente na escola é super internacional e acho que há muito poucas famílias que não estejam nas mesmas condições que nós. Algumas das mães com quem falo até me perguntam " Então esta é a tua mudança n.º quê?". Assim sendo há uma teia muito forte entre pais, alunos e professores que não deixam que ninguém fique à deriva.

A juntar à rotina escolar há ainda as actividades extra-curriculares: escola de francês durante a manhã de sábado, aulas de ballet para a Madalena à segunda, piano para os dois às quintas e natação ao domingo.


Dadas as distâncias gigantescas que temos que percorrer o despertar aqui em casa é mesmo muito cedo e por isso tivémos que readaptar o nosso horário muito mediterrâneo e passar a fazer tudo mais cedo, ou seja, banhos e jantar mais cedo, para todos estarem a dormir antes das nove para não falhar nas horas de descanso obrigatórias (mesmo assim estamos a anos luz da generalidade dos amiguinhos da escola que estão na cama pelas sete da tarde - uma grande parte são do norte da Europa). Preparar os lanches e almoços, uniformes e restantes roupas do dia seguinte antecipadamente, quando eles já dormem é fundamental para as manhãs serem o mais calmas possíveis.

No dia a dia, as horas que passo a conduzir parecem-me imensas e mesmo já tendo alterado as minhas rotas das estradas ditas nacionais e por isso mais tranquilas para as auto-estradas, continuamos, eu e a minha Maria, a passar muito tempo no carro e claro está que ela se tem ressentido bastante desta vida de taxista.

Nesta altura ainda tento encontrar uma escolinha para a Maria mas não tem sido fácil. Anteriormente só procurei nas escolas privadas, que para estas idades é onde a oferta é maior e só agora, depois da Madalena e o António terem começado a escola e eu ter começado a falar com as outras mamãs, é que descobri que existem imensas escolas para os mais pequeninos junto às igrejas, com instalações espectaculares, que funcionam apenas das 9:00 às 14:00, em regime part-time (apenas alguns dias da semana) ou então também full-time. Porém, as que tenho visitado já estão completamente cheias nesta altura do ano.

Assim, as rotinas têm sido muito intensas e eles chegam a casa mesmo muito cansados a precisarem de simplesmente estarem em modo off.

Nas readaptações constantes que temos que gerir temos que dar tempo ao tempo, ter calma e deixar para trás às vezes outros assuntos. O dia-a-dia nem sempre é fácil e por isso é preciso dar-lhes o máximo de atenção e aconchego e também o devido desconto quando por vezes lhes "salta a mola".

No meio disto tudo, confesso que por vezes sinto a Rita intensamente afundada nesta função de mamã... mas eu sei que tudo na vida tem fases... e esta é a fase de eu ser muito mãe, porque eles precisam muito de mim.

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