Mimi


A Mimi chegou à nossa casa no Natal em que a Madalena tinha dois anos. Foi a sua primeira "careca", uma corolle, com aquela doçura e perfume que dá vontade de não largar nunca mais.
Porém, com o tempo, viemos a perceber que a Madalena não é menina de bonecas.
As bonecas para a Madalena são essenciais mas para tornar apenas o seu mundo próximo mais belo e cor-de-rosa, para ela as poder admirar e sonhar e apenas isso.
Apesar de tudo, a Mimi já se fartou de dar voltas pelo mundo nas mãos da Madalena o que já lhe valeu ficar perdida pelo menos duas vezes, sem eira nem beira. De uma das vezes ficou esquecida numa casa de lotarias e totolotos em Santarém e numa outra vez numa grande superfície comercial em Bruxelas mas, de ambas as vezes, foi inesperadamente recuperada e devolvida ao seu lar, o que trouxe uma surpreendente alegria a todos cá de casa. Digo surpreendente porque afinal de contas a Mimi parecia não ser assim tão especial mas pela reacção geral de toda a família percebi que afinal, mesmo não sendo o "ai jesus" da Madalena, parecia que a Mimi já tinha conquistado o seu lugar ao sol nesta família (e claro que isso não a impediu de levar pancada de meia noite do António e até mesmo da Madalena).
No entanto, chegada recentemente da sua grande travessia transatlântica, qual não deve ter sido o espanto da gentil Mimi ao ver que por aqui por casa havia agora uma outra menina, que tinha crescido e que, aparentemente, parecia disposta a dar-lhe tanto amor...
A Maria não anda com a Mimi para todo o lado mas não dispensa ao longo do seu dia uns embalares muito ternurentos e na hora da sesta não pode ir dormir sem antes ter o cuidado de tentar adormecer a sua Mimi (ou é o aconchego da Mimi que a adormece a ela?)
À conta do desvelo da Maria com a Mimi parece que entretanto reapareceram dois candidatos para encherem a Mimi de mimos... lá diz o ditado: o fruto do meu vizinho...

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