Na sombra dos carvalhos...

Houston é uma cidade que cujo o centro se resume no máximo a uns "10" edifícios arranha-céus. Digo  "10" em sentido figurativo, tendo em conta os poucos que estes edifícios em grande altura são, face à grande extensão que esta cidade apresenta. Em torno deste "grandioso" centro a cidade desenvolve-se radialmente composta na sua grande maioria por edifícios térreos, existindo ainda depois, aqui e ali, um salpicado de edifícios com cerca de quatro pisos de altura. O  desenvolvimento radial da cidade é construído a partir de um traçado em que as ruas gozam entre si de uma ortogonalidade impressionante, sendo por isso bastante fácil para um condutor atento orientar-se. A largura de qualquer via é sempre imensa, existindo sempre um separador central entre os dois sentidos da via todo relvadinho, bem como nas laterais. Todos estes relvados, estão impressionantemente bem apetrechados de sombras de árvores imensas, árvores essas que são na sua maioria carvalhos. Na sombra destes carvalhos, acumulam-se sobre a relva salpicados de bolotas (ignorantemente pensava que a bolota só provinha do sobreiro) e por isso quando saímos à rua é normal vermos sempre esquilos a veranearem em saltaricos pelo chão em busca de bolotas se são mais destemidos, ou a observarem-nos do alto das árvores, quando são mais desconfiados. 
À medida que a cidade se vai desenvolvendo para zonas mais periféricas a ortogonalidade das ruas mantem-se mas as manchas verdes que as acompanham vão diminuindo.  
A quebrar esta trama extremamente ortogonal só mesmo o ziguezaguear do riacho Buffalo que desliza pela cidade de Este a Oeste espalhando zonas extensas verdes nas suas margens.
A sobrepor-se a todo este cenário, em cotas muitos mais elevadas do que há primeira vista se julgaria ser necessário construir, existe um sem número de viadutos e autoestradas emaranhados, com larguras, alturas e comprimentos sem fim.


Nesta análise ainda tão crua da cidade em que agora vivemos, não podemos deixar de cair de amores por todos estes carvalhos imensos, com arquitecturas inesperadas, com frutos brilhantes e com tão simpáticos habitantes.






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