O trabalho, a obrigação, o francês e o inglês

À conversa em Santarém com um dos meus grandes amigos, um dos temas de que falámos largamente foi de "trabalhar", das pessoas que têm um trabalho, das que não o têm por opção e daquelas que simplesmente não conseguem arranjar um, por muito que queiram. Eu falava-lhe de todos estes sentimentos por que tenho passado de há um ano para cá e ele como espectacular interlocutor que é, ia-me desconstruindo toda a minha pré-concepção tão enraizada na nossa sociedade de que "se tenho um curso, se sou adulta, se sou capaz, então, eu tenho que ter um trabalho". De facto, esta continua a ser à partida a minha ideia, até porque não me sinto totalmente inteira de outra forma, mas desconstruir esta pré-concepção fez-me ver toda esta nova circunstância de diferentes prismas.
Quando nos analisamos a nós próprios e sabemos e temos certezas de quem realmente somos e do que realmente gostamos, é mais fácil perceber o que devemos procurar. Portanto, vendo as coisas separadamente e fazendo a tal construção inversa chego à conclusão que tudo está certo. Agora, e nesta fase concreta da minha vida, o que está certo é eu estar inteira e completa ao lado dos meus filhos, na função que tanto me apaixona que é a de ser mamã.
Mas como no futuro me espreitam novos sonhos e possibilidades, nos meios tempos, vou dando largas ao que de tão bom esta cidade tem para me oferecer, ser uma metáfora perfeita da "Torre de Babel". Por isso e já que estamos em fase de rentrées, este ano continuo com o curso de francês no nível B1, curso de conversação em francês para poder palrar com todos e mais alguns, como eu tanto gosto, e ainda um novo curso de inglês para aperfeiçoamento geral. As aulas já começaram e é bom voltar a confirmar que de facto estamos numa cidade com uma percentagem de entradas e saídas de cidadãos estrangeiros enorme, que nos permite conhecer histórias e mundos tão diferentes e partilhar experiências com pessoas que acabaram de chegar e que se sentem tão desarrumadas (ou mais ainda) do que nós há um ano atrás.

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