Tesouro Precioso

Quando saímos de Lisboa, rumo a esta nova cidade onde agora vivemos, houve várias pessoas que me perguntaram porque não ia só o Carlos e eu permanecia em Lisboa com os pequenos. Mantinha o meu trabalho e depois no final de algum tempo, logo voltávamos a avaliar a situação e decidíríamos se deveríamos alterá-la ou não. Eu percebo que para algumas pessoas esta pudesse ser uma hipótese viável, até porque essas mesmas pessoas me diziam que em termos económicos esta solução seria mais rentável. Em termos económicos, essa hipótese seria com certeza mais rentável, mas para nós esta nunca foi uma hipótese. Acima de tudo está o nosso plano de vida, o precisarmos de que o puzzle esteja completo para sermos felizes. Nós sempre soubemos que fosse o que fosse que surgisse, para um ou para outro, nós estaríamos sempre todos no mesmo barco, porque para nós, só assim faz sentido viver e ser feliz. Mesmo que um ou outro tenha que abdicar durante uns tempos do seu rumo profissional, há sempre tempo para voltar a encarrilar, desde que se queira. Nestes tempos que temos passado cá, com as pequenas viagens e ausências que o Carlos tem que por vezes fazer, temos percebido cada vez mais, que de facto, o que é mais precioso para nós, é o tempo, o tempo em que estamos todos juntos. Esse é o nosso tesouro e é esse que queremos preservar, aqui, na China ou na Islândia, ou a fazer engenharia, ou outra coisa qualquer que entretanto a vida nos ofereça.

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