Não sei bem explicar porquê, mas simpatizo com o trabalho de topógrafo. Não que a cadeira de topografia no técnico me tenha corrido especialmente bem, mas acho piada ao trabalho de equipa que tem que existir para a coisa correr bem, acho piada aos valores, estrambólicos para uns e claros como água para outros, que a máquina produz e à forma como depois esses valores, bem utilizados, traduzem uma realidade tão precisa.
Quando trabalhava na Câmara faziam parte da nossa equipa de projecto dois topógrafos e continuei a achar piada a este trabalho. Fizesse chuva ou sol, lá saíam eles para as benditas horas (ou não!) de trabalho de campo. Depois era vê-los chegar, carregados com a maquinaria e bem marcados nas roupas e na pele pelo tempo que se fazia sentir na altura. Já sentados, iniciavam o seu trabalho de secretária, que resultaria no final em elementos gráficos rigorosos do local onde tinham estado. Pelo meio do trabalho de secretária, havia sempre um livrinho a circular em cima da mesa de um deles, cheio de anotações. Não era sempre o mesmo livrinho, o João tinha montes de livrinhos destes. Um dia pedi-lhe um desses livrinhos e o João ofereceu-me um, todo preenchido e cheio de anotações, meio intrigado com o meu pedido.
Este livrinho agora, anda a ser preenchido outra vez, mas com outros apontamentos menos rigorosos....
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