Escolas (públicas, privadas, internacionais...)


Toda a minha vida frequentei escolas públicas. Dezoito anos de ensino público de excelência são razões mais que suficientes para ser apologista da escola pública.
Os nossos pequenos iniciaram a sua vida escolar em Bruxelas e para nosso contentamento também frequentaram uma escola pública de grande qualidade.
Agora, por terras americanas, temos a hipótese da Madalena e do António frequentarem uma escola privada e internacional.
Decidimos que optar por uma escola internacional, seria a nossa melhor escolha, uma vez que a escola em questão é bilingue. com ensino em inglês e francês o que proporcionaria aos pequenos a hipótese de manter o seu francês e iniciarem uma terceia língua, o inglês.
Porém, desde o início, que o processo de admissão tem sido verdadeiramente rocambolesco.

Muitas exigências de documentos, pedidos de cartas de recomendação das professoras anteriores altamente detalhadas, testes de observação, testes de QI, pagamentos, sugestões de donativos à escola (??? - parece que por aqui é política e prática comum fazer donativos aos locais aos quais queremos aceder), sem nunca termos a certeza, mesmo cumprindo quase todas estas burocracias (digo quase porque donativos, para já, ainda não fazem parte da nossa cultura para conseguir aceder a um lugar), se eles irão ter um lugar ou não nesta escola.

Ontem foi o dia do teste de observação.
Assim que chegámos, levaram a Madalena e o António pela mão e nós aguardámos na entrada sem sabermos como seria o tal teste de observação e sem ninguém nos ter dado qualquer tipo de explicação.
Como temos a sorte da Madalena ser uma menina verdadeiramente matura para a sua idade, cheia de concentração, atenção e um grande poder de observação, descreveu-nos detalhadamente o tal teste de observação.
O relato é dela própria.
"Ficámos os dois sentados numa sala com uma Madame.
Eu tive de responder a várias coisas, fichas de actividades sabes?
Fiz correspondência entre desenhos com números, escrevi em manuscrito uma linha completa para todas as vogais, tive que copiar uma frase em manuscrito que dizia "Je vais à l´école", fiz uma sopa de letras com palavras começadas por "S", organizei a sequência de uma história, tive que contar até onde fui capaz... eram difíceis as perguntas mas a Madame diz que acertei tudo.
E tu António - perguntei eu quando a Madalena terminou.
"Eu fiz o A do meu nome, o M de mamã,o H de Hulk e desenhei um avião. Fiz um puzzle muito pequenino num instante. Fiz um jogo de cores com desenhos pequeninos, médios e grandes."
Ao relato do António a Madalena adicionou todos os comentários e mais alguns, porque como estavam perto um do outro a Madalena foi tentando ajudar ou defender o irmão, por ele ainda não falar francês taõ bem quanto ela mas, segundo ela, a Madame pediu-lhe às tantas para ela não se preocupar, que o António não tinha que falar muito, só tinha que desenhar e fazer o que ela lhe pedia. 
Pela conversa curta que tivemos com outra Madame a seguir ao teste de observação parece que foram ambos sucedidos.
Na próxima sexta feira, o António vai ter que fazer o teste de QI em francês, língua em que é ainda apenas um iniciante, sozinho numa sala com uma caramela qualquer.
Será que era preciso isto tudo?

Não fosse cá por coisas e mandava toda esta treta da escola internacional às couves!!!!

1 comentário:

Catarina disse...

E de facto inacreditável ...umpf...que irritação ...nada como o ensino a europeia mesmo com as suas diferenças entre países tem uma lógica totalmente diferente!Testes de QI em crianças de 5(quase 6!!)e 3 (quase 4)....no comments!!!beijinhos e boa sorte para os pequenos